Oi, pessoal!
Tenho acompanhado conversas sobre a possibilidade de um síndico profissional e achei importante trazer esse papo para todos, de forma aberta e transparente. Acho ótimo que a gente discuta o que é melhor para o condomínio, então quero compartilhar alguns pontos para ajudar na reflexão.
Muita gente tem a impressão de que um síndico profissional estaria mais presente no dia a dia, mas, na prática, não é bem assim. Normalmente, quem faz visitas frequentes são os membros da equipe dele, e não ele próprio. Muitos síndicos profissionais administram vários condomínios ao mesmo tempo, e, nesses casos, a presença física acaba sendo bem limitada. Há situações em que um síndico profissional gerencia mais de 20 condomínios e passa em cada um deles apenas uma vez por semana — ou até menos.
Eu, como síndica moradora, me dedico ao nosso condomínio há quase sete anos. É um tempo maior do que uma faculdade de engenharia ou medicina! Durante esse período, busquei me capacitar, fiz cursos, participei de eventos e sempre estive envolvida ativamente para que nossa gestão fosse profissional, mesmo sendo moradora. E minha dedicação vai muito além do que se vê no dia a dia! Um exemplo recente é o processo de decisão sobre a fachada: os orçamentos para pintura e lavação estavam prontos na assembleia, mas os moradores pediram um parecer técnico antes de decidir. Então, em vez de forçar uma votação, fui atrás desse estudo para garantir segurança para todos. Passei meses conversando com fornecedores, conhecendo materiais, até viajando para ver de perto algumas soluções. Esse trabalho, muitas vezes, acontece nos bastidores, mas faz toda a diferença para termos decisões bem fundamentadas.
Um ponto importante é a participação ativa dos moradores. Muitas vezes, alguém entra em uma discussão no meio do caminho e sente que o assunto “simplesmente apareceu”, sem saber que já foi debatido há meses ou até anos. Um exemplo claro foi a questão da usina solar: falamos sobre isso em assembleia tempos atrás, mas, como a participação varia, algumas pessoas acabam pegando o tema andando e sentem que tudo foi “vomitado” para ser aceito, o que não é o caso. O mesmo aconteceu recentemente com a questão da fachada: alguém comentou que “os moradores foram feitos de palhaços” porque mencionei os orçamentos de pintura e lavação, mas a realidade é que o que não estava pronto na assembleia era a análise patológica, não os orçamentos. Os próprios moradores decidiram que precisavam desse estudo antes de votar, e foi por isso que descartei a votação naquele momento e fui atrás da análise, respeitando o pedido coletivo. Só que sem esse contexto, a impressão para quem vê de fora pode ser outra.
Sobre os comentários que surgiram nos grupos, alguns moradores me enviaram mensagens para esclarecer certos pontos. Minha entrada e saída do grupo geral, por exemplo, não teve nada a ver com a saída da Fran da gestão. Nossa parceria foi ótima, trabalhamos super bem juntas e sem nenhum desentendimento. Eu saí porque o grupo não é oficial, tem muitos ex-moradores e acabava tomando um tempo que eu precisava dedicar à resolução de problemas reais do condomínio. Mas isso nunca significou que eu não estivesse disponível! Pelo contrário, sempre estive à disposição nos canais oficiais, e continuo aqui para conversar com qualquer um que queira trocar uma ideia.
Dito tudo isso, acho importante também reconhecer que o modelo de síndico profissional tem suas vantagens. Um síndico externo traz experiência de outros condomínios, pode ter uma visão mais técnica sobre processos e geralmente conta com uma equipe especializada para lidar com burocracias e fornecedores. Além disso, a profissionalização da gestão pode trazer mais padronização nos procedimentos internos.
No final, o mais importante é que, independente de quem esteja à frente, a gestão do condomínio aconteça com responsabilidade, transparência e sempre visando o bem-estar coletivo. O condomínio é de todos nós, e esse debate é sempre válido!
Aliás, falando nisso, se alguém tem alguma insatisfação ou quer entender melhor algum ponto da gestão, sugiro que agendemos um horário para conversar! No passado, tentei abrir momentos fixos para atendimento presencial, mas infelizmente a adesão foi baixa. Ainda assim, sigo totalmente disponível para conversar pessoalmente sempre que necessário. Meu objetivo sempre foi tratar as demandas do coletivo dentro do que é viável e garantir que o condomínio funcione da melhor forma possível para todos nós.
Vamos seguir juntos, construindo um ambiente cada vez melhor! 😊
Juliana Celestino
Síndica